quinta-feira, 3 de março de 2011

Por que Talula é a big sister do BBB11?

Eu nunca realmente fui uma fã de big brother. Assistia assim, por acaso, vendo passar uma coisa ou outra na televisão. Pela primeira vez, estou tendo a oportunidade de ver pelo ppv, sem cortes, no duro. E foi aí que tudo começou.
De cara, vendo a apresentação dos participantes, uma pessoa me chamou a atenção. Seu sorriso se expandiu pela tela como um dos mais bonitos que eu já havia visto. Pensei naquele momento, “uma mulher que sorri assim deve ter muita coisa boa dentro de si”. Veio o nome, Talula. Que raios de nome é esse? Dei risada e segui em frente. É muito difícil gostar de modelos, e bonita daquela maneira, provavelmente só estaria no programa para aparecer, virar atriz. Na net só falavam do quanto ela e Rodrigão eram populares, pela beleza gritante, óbvio. Esperei pra ver, porque de bonitinho pra ordinário, basta um BBB.
E me surpreendi, eu digo hoje. Estou rodeada de comentários na internet contra Talula, chamando-a de manipuladora e falsa. Gente que não a suporta, que quer vê-la saindo por rejeição, etc. A rejeição é natural quando dirigimos um ódio incontido na direção de outra pessoa, mas não podemos nos cegar por isso. Talvez por eu nunca ter visto um BBB inteiro e estar vendo esse pelo ppv, não me deixei cegar. Eis então as razões pelas quais eu realmente GOSTO da Talula e a vejo como a BIG SISTER do BBB 11.
Desde o início, para mim, a Talula se mostrou uma pessoa verdadeira. As pessoas confundem muito falar de alguém com falar mal de alguém. É engraçado como, em nossa sociedade, um homem hetero falar mal de alguém é normal, uma mulher ou homem homossexual falar de alguém é falsidade. Não queria puxar a conversa para esse ângulo, mas é inevitável principalmente considerando o estado atual das coisas no jogo. Dentro do BBB, duas pessoas falaram de quase todo mundo: Daniel e Lucival. No mais, tivemos pessoas falando sobre outras, sobre impressões. Talula foi uma delas, e sua posição em relação a Natalia foi uma das mais marcantes. Destino quis que assim fosse, pois não tenho dúvidas de que se as duas estivessem na mesma casa, seriam bastante próximas agora. Mas jogo é jogo, dilema eterno do prisioneiro, em quem confiar, em quem não confiar. A cisma de Maurício com Nat só deixou Talula mais paranóica, ao mesmo tempo em que buscava se aproximar de Nat para ver se era aquilo mesmo. Descobriu que não era talvez um pouco tarde demais, mas ainda assim chamou a CSI para uma conversa franca, talvez a mais franca de todas as conversas que vimos acontecer nesse BBB. Enquanto Paula e Diogo davam um exemplo de anti-civilidade no quarto do labo B, Talula e Nat protagonizaram um momento que consolidou minha admiração, pela Talula e pela própria Nat. Foi ali que as coisas ficaram bastante claras para mim.
Eu até quero começar pelas coisas que eu não admiro na Talula, até porque gostar não quer dizer idolatrar alguém e fechar os olhos para o que não acho certo. Seria ridículo da minha parte dizer que existe alguém perfeito nesse mundo. Talula tem defeitos, quem não tem? O maior deles, na minha opinião, é falar um pouco demais. Ela é tão sincera que às vezes extrapola, e isso a prejudicou fora da casa, por falar de coisas de fora da casa. Eu me contorcia ouvindo e dizendo, “tu é doida, mulher?”, mas como ela também não disse nenhuma mentira, dei uma ignorada no fato. Ela própria se aconselha dizendo que tem que se policiar nas coisas que fala, e eu tenho certeza que tem um monte de gente pensando a mesma coisa, mas apesar das polêmicas, me fez pensar que ela era realmente sincera.  Daria um puxão de orelha nela ao sair da casa, mas apenas ao sair da casa. Lá dentro, a história é bem diferente.
A globo fez uma versão da Talula como “Poderosa Xepona” e eu acho que resume muita coisa. Talula jogou, e muito, mas o que é o poderoso chefão a não ser o líder que protege aqueles que gosta, assim como a si próprio? A galera do acampamento passou maus bocados e a união entre eles foi incrível. As três pretas (Maria, Jack e Tatá), os brothers (Rodrigo e Maumau, com Rodrigão ainda um pouco afastado, mas ali). Daniel se identificou muito com Lucival, Diana com Natalia, mas seguiam ali, firme com o grupo. E o ponto de união sempre foi Talula. Ela que desenvolveu uma amizade verdadeira com Maria, Jack e Daniel, e não esconde de ninguém; que se deixou levar pelo carinho de Rodrigo, se apaixonou e teve que levar o baque de sua saída apenas porque o adversário era mais bonito; que conseguiu atrair a admiração de outros brothers que nem lhe eram tão próximos, como Diana e Lucival, porque soube ouvi-los e ser justa quando havia a necessidade de ser; e por que não dizer, pela sua amizade controversa com Diogo, que com todo aquele jeito ignorante de ser, só se acalma e mostra algo de bom quando está perto dela. Ainda que me incomode cada segundo que ele passe ao lado dela, não posso negar que é somente quando ele conversa com ela que posso ver um outro lado dele.
Se eu pudesse apontar algum erro cometido pela Talula no jogo, não haveria problemas para mim: Foi o segundo voto no Rodrigão. Eu me perguntei como ela reagiria aquilo, e o dia após mostrou bem que eu não me decepcionaria com ela. A depressão que se seguiu e seu pedido de desculpas a Rodrigão mostrou bem que ela não apenas tinha muito bom coração como também coragem para encarar alguém que talvez não voltasse a falar com ela nunca mais. Porque ela gostava genuinamente dele, o chamou pra conversar e falou a verdade.
E porque continuo me identificando? Porque Talula joga, mas joga com o coração na mão. Jogou com o coração na mão ao lado de Jaqueline para lhe dar aquele lindo presente na prova da liderança, dando a Jack a chance de ver a foto de sua sobrinha. Jogou com o coração para votar no Igor, jogou com o coração para votar na Adriana. Joga pra proteger e agora, mais do que nunca, entregou o coração ao jogo. É uma moleca, que adora rir de tudo e se diverte com as pequenas coisas. Uma mulher que não tem medo de se expor, de expor seus sentimentos. É a mulher que senta no quarto e conversa com a foto do filho MESMO, porque saudade de mãe só quem é mãe entende. É a mulher que sente falta do Rodrigo, porque genuinamente ela sabe que ele É especial, e não está errada. É a mulher criança, que chora quando não pode confrontar, que confronta quando vê injustiças, quando acredita. Que confronta os amigos porque acredita neles e no que há de bom neles. É a mulher que fica triste e busca forças para se reerguer, e reerguer os amigos que fez na casa, ou até mesmo os não tão próximos assim. É a mulher que compra a briga quando vê seus amigos na berlinda, mas não fecha os olhos para os erros, ao contrário: aprende com eles. E seu sorriso, que eu admirei no primeiro minuto do jogo, me surpreendeu ainda mais. Porque ele era lindo para as câmeras, mas não se compara ao sorriso dela nos vários momentos em que a vimos verdadeiramente feliz no jogo.
Após os últimos eventos na casa, com o retorno do Maumau vingador e a máscara da Adriana começando a cair, está mais do que óbvio para mim quem é BIG BROTHER de verdade, no sentido da tradução literal do termo, “Grande Irmão”. Se entra em um BBB para ganhar 1 milhão e meio, é provável que o mais popular e bonito ganhe graças as suas torcidas organizadas. Não é justo, mas é o que é. Contudo, para mim não é o grande prêmio o que importa, e sim as atitudes. Em relação a isso, eu não tenho dúvidas de quem é o BIG BROTHER, e ela pode sair no próximo paredão, na final, não importa. A liderança dos cofrinhos foi curiosa nesse sentido. O porquinho da Talula não sobrou no jogo por acaso, sobrou no jogo porque das pessoas ali presentes, com exceção da Adriana (que tomou raiva da Maria e da Talula porque, pasmem, Rodrigão se disse atraído por elas na PRIMEIRA semana), ninguém quebraria o porquinho dela sem antes ter a chance de quebrar uns cinco ou seis. Quando Talula ganhou a prova, todos (com exceção da Adriana) comemoraram com ela, pois naturalmente se sentiram seguros, e com razão. Até mesmo Natalia, que com certeza deve ter ficado um pouco tensa, teve seu abraço validado pela consideração que Talula teve de não indica-la a um segundo paredão, consideração que os homens em peso não tiveram. São gestos como esse que nos fazem perguntar quem joga ou não com o coração, quem tem méritos de fair player. Para mim essa pessoa é Talula Pascoli. Mulher menina, mãe, irmã preta, Big Sister, hoje e sempre.
Kika Frentzen, fã

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