domingo, 27 de fevereiro de 2011

Um Grito de Silêncio: A Dona do Jogo

Um Grito de Silêncio: A Dona do JogoFinalmente voltei, após quatro dias sem postar. Houve alguns imprevistos aqui na minha casa e eu fiquei sem Internet, mas agora já está tudo se normalizando. E vamos para o que interessa: na quinta-feira, quando Daniel se sagrou líder, tive plena certeza de que ele mandaria Diogo. Cheguei a comemorar. Aí, para a tristeza geral da nação anti-patetas, o nosso homem com H da edição se acovarda e pensa em mandar Paula à berlinda.

Tudo estaria perdido se não fosse a brilhante Talula que, com medo de ser prejudicada pela indicação do pernambucano, vai até Janaina e planta uma semente de dúvida em seus pensamentos. Persuadida, Jana sobe até o Quarto do Líder e comenta com Dani o fato de que ela tem suas chances de voltar multiplicadas se enfrentar um paredão contra Diogo e Paula. Agora vamos colocar isso de uma forma prática: Tatá movimenta o jogo através dos outros. É como se eles fossem seus peões, os transformadores de seus desejos em realidade.

Que me desculpem os românticos, que adoram ligar a TV para assistir à sagas de mocinhos ingênuos e inacreditavelmente belos, mas o BBB é, como sugere seu próprio gênero, um show de realidade. E todos nós estamos cansados de saber que aquilo é um jogo. E num jogo devemos fazer o quê? Jogar. E é isso que Talula está fazendo. Batalhando para ir longe, manipulando todos em função do próprio bem. Aqui fora eu acharia isso péssimo, mas no Big Brother eu aplaudo. Aplaudo e peço bis. Pois sei que o lugar de heróis idealizados é nas novelas, e não em realities. E também sei que ela jamais faria algo parecido desse lado da história. É nítido que Tatá é uma pessoa esclarecida e honesta.

Acho o brasileiro muito retrógredo nesse sentido. Alguns condenam Talula e torcem por, acreditem, Rodrigão. Sim, ele mesmo. Aquele que foi chamado de natureza morta por Pedro Bial, aquele que só serve de base para Maurício e Diogo, aquele que entrou no BBB e, ao mesmo tempo, continua completamente fora dele. Não estou condenando ninguém que tenha ele como favorito, afinal cada um enxerga o que quer e quando quer, mas eu, Danilo Oliveira, não percebo nenhum motivo plausível para apoiá-lo. Mas é aquele lance: mil vezes uma pessoa calada e apática na qual eu possa inventar virtudes, do que aquela que se mostra como é, articula, arma, manipula e outras coisas mais.

E realmente considero o Brasil como o país das novelas. E não estou criticando, mais noveleiro que eu só eu mesmo. Porém isso acostumou demais os telespectadores a recorrerem ao reducionismo para classificar tudo e todos. Aí acabam por enxergar em Talula somente o lado obscuro de suas atitudes, enquanto eu vejo nela uma determinação incrível, uma coragem sem tamanho e uma personalidade fortíssima. Ela pode até se conter na frente, mas articula - e muito bem - por trás. Como não admirar alguém assim? Como não adotar um jogador que, mesmo sabendo de que pessoas como ele tendem a ser odiadas pelo Brasil, não deixa de traçar planos e manipular?

Está na hora de a Globo exibir um aviso como este antes de iniciar a exibição do BBB: "Atenção, esse programa não é uma novela." Felizmente essa consciência tem crescido a cada dia, mas ainda está longe de acabar. De qualquer forma, fica aqui meu muito obrigado a Talula por sua coragem e garra. Sem ela e Diana - que também tem punho para emparedar um pateta-, o BBB11 seria um jogo morto, ultrapassado e vencido.

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