As enquetes do Yahoo! e dos principais portais apontavam a saída de Talula nesta terça-feira (8/3). A modelo deixou o "BBB11" com 61% dos votos. Wesley teve 31% e Daniel apenas 8%. O administrador pernambucano, aliás, teve a menor votação divulgada até aqui. Inferior, inclusive, que as de Rodrigão.
Mas o aparente favoritismo de Daniel é assunto para outro post. Neste, externo minha indignação com a saída de Talula. É a vitória da ignorância, dos tais bons costumes e da irritante moral arcaica que insiste em tornar a sociedade em algo chato, monótono, insípido e inodoro.
Os que votaram em Talula escreveram nas redes sociais, principalmente no Twitter, que ela é falsa e manipuladora. Pois a modelo nunca escondeu seu jogo. Perguntada em rede nacional por Pedro Bial, disse que adotava a política da boa vizinhança. Quando tinha desavenças com algum participante, estimulava o debate. Passou mais de duas horas tentando entender porque ela e Natália não se davam bem.
Não digo que Talula é um exemplo a ser seguido de olhos vendados. Todos nós temos problemas e estamos longe da perfeição. Eu, você, nossos colegas, nossos amigos e nossos familiares. O doutor House, famoso personagem de uma série, costuma dizer que todos mentem. Eu concordo e adiciono: todos nós também somos incoerentes.
Talula tinha a língua solta. Para se firmar, adorava contar os bastidores da elite brasileira, principalmente a paulista e fluminense. Como Bial destacou em seu discurso, morria de medo de expor suas fragilidades. Humana como qualquer telespectador ou telespectadora.
Muitas vezes penso que tanto amor e ódio despertado pelos participantes do "BBB" vêm do espelho que é colocado diante de nós todo começo de ano, desde 2002. Há quem diga que as mulheres votaram em massa na saída de Talula por pura inveja. Creio que é reduzir demais as várias de possibilidades existentes.
Porém, sem dúvida, sempre há aquele velho incômodo. Faço aqui uma confissão. Volta e meia me pego pensando se meu asco a Maurício não surgiu por me remeter à época em que trabalhava com responsabilidade social e, inocentemente, achava que o mundo ainda tinha salvação. Até que ponto as críticas virulentas que Paula recebe não vêm de pessoas insatisfeitas com seus corpos e que não conseguem tolerar que a estudante se aceite como é?
Digo e repito: o "BBB" está longe de ser um experimento sociológico. Nem mesmo um show de realidade ele é. Cada vez mais é possível notar que as ações, atitudes e situações são artificiais. Porém, em alguns momentos, elas conseguem emular a realidade e daí nasce o incômodo de parte do público ao enxergar na tela seus problemas mal resolvidos.
Após esta noite, só não desisto do “BBB”, pois restam Daniel, Diana, Maria e porque sou pago para isso, claro.
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